Céu fica vermelho no Piauí com chegada de cinzas vulcânicas

"Tava um amarelo muito estranho, muito estranho mesmo. Era ruim até pra se olhar…. Essa foto foi tirada as 5:34 do dia 08/02" disse uma moradora da cidade de Pedro II, PI. 

Inicialmente, cinzas atingiram o Sul e o Sudeste do Brasil. Em fevereiro, chegaram ao Nordeste. Fenômeno pode ser registrado também na quinta-feira (10).

Moradores de Teresina e Campo Largo do Piauí foram surpreendidos, na manhã desta quarta-feira (9), com um céu em tons vermelho e rosa. O fenômeno foi registrado nas primeiras horas do dia, entre as 4h30 e as 5h30.

De acordo com o climatologista Werton Costa, a coloração foi provocada pela chegada ao estado de cinzas provenientes da erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, localizado no Pacífico Sul, no dia 15 de janeiro.

“As forças interiores da Terra que proporcionam a erupção do material piroclástico [resultante de erupção vulcânica], seja ele a lava, o gás ou a cinza, são imprevisíveis. Assim, o processo eruptivo lançou uma grande quantidade de partículas finas de cinzas, que foram literalmente transportadas pelo circulação atmosférica, pela corrente de ar, viajando pelo mundo”, informou o climatologista.

Diante disso, a luz solar atravessa as partículas de cinza vulcânica e sofre um "espalhamento", que é capaz de absorver outras cores e refletir o vermelho.

Inicialmente, as cinzas atingiram o Sul e o Sudeste do Brasil e depositaram-se em uma parte alta da atmosfera, chamada de "limite da troposfera". O fenômeno acontece de forma aleatória e não tem periodicidade ou mecanismos de previsão.

“De forma muito natural, o nosso céu muda de textura, o padrão azul é o hegemônico, na maior parte do dia. Porém, muda quando o Sol está nascendo ou se pondo. Quanto mais próximos os raios solares estiverem da linha do horizonte, ou seja, mais inclinados, você tem uma mudança do azul para o amarelo, do amarelo para o laranja e do laranja para o vermelho”, destacou.

Segundo Werton Costa, condições especiais como o tempo seco e a existência de gases ou poluição em uma localidade, podem potencializar as cores do céu. O climatologista destacou que o fenômeno pode ser registrado também na quinta-feira (10).

“As queimadas deixam o pôr do sol muito alaranjado, e cinzas vulcânicas deixam o nascer do sol avermelhado. É um fenômeno com prazo de validade. Primeiro porque a circulação atmosférica trata de dispersar as partículas, segundo porque as chuvas diluem as partículas, tiram o material do ar”, afirmou.

Céu amanhece com tons vermelhos no Piauí após a chegada de cinzas de erupção vulcânica no oceano Pacífico — Foto: Reprodução/David Cristiano

"Possivelmente o fenômeno aconteceu em todos os municípios do estado, mas foram poucos registros. O horário também dificulta, é muito curto", completou Werton Costa.


Fontes: G1

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