Homem é suspeito de receber recursos públicos para disseminar fake news contra políticos no Piauí

Polícia Civil do Piauí cumpriu mandado de busca e apreensão e suspeito confessou os crimes. Quebra de sigilo de dados e bancário comprovou o relato e os crimes.
Homem é suspeito de divulgar fake news com recebimento de dinheiro público — Foto: Igor Estrella/G1

A Polícia Civil do Piauí informou que deflagrou a Operação Fake News e cumpriu mandado de busca e apreensão nessa quinta-feira (15) em Teresina, contra um homem suspeito de receber recursos públicos da prefeitura de Valença, Sul do Piauí, para disseminar informações falsas e ofensivas contra políticos e gestores públicos do Piauí. Os crimes aconteceram antes e durante o período eleitoral de 2020. Outros suspeitos de participação ainda são investigados.

Segundo o delegado Anchieta Nery, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), o homem foi ouvido e confessou os crimes. Segundo ele, um marqueteiro do estado do Ceará o teria contratado para cometer os crimes contra a honra de diversas autoridades de Teresina. Além disso, em Valença do Piauí, gestores da prefeitura também pagavam pelos seus “serviços”.

Entre as vítimas iniciais estavam o governador do estado, secretários de estado, deputados estaduais, prefeitos e pré-candidatos a prefeito. Surgiram como vítimas, no curso da investigação, o então juiz eleitoral de Valença, uma vereadora e um pré-candidato a prefeito dessa mesma cidade.

As investigações iniciaram no começo de 2020, quando as vítimas denunciaram crimes de calúnia e difamação à polícia. Com o avanço do trabalho policial, a DRCI apurou indícios de que os ataques partiam do mesmo investigado.

“Com afastamento de sigilo bancário e colaboração do Tribunal de Contas do Estado - TCE, observou-se que o investigado, autor direto dos crimes, recebia recursos, sem licitação ou contrato prévios, da Prefeitura de Valença, durante o período de execução dos crimes”, declarou o delegado.

Pago para disseminar fake news

Segundo o delegado Anchieta Nery, o homem usava perfis falsos para o cometimento dos crimes nas redes sociais e confessou a prática em interrogatório policial.

“Ele afirmou que os ataques às autoridades de Valença tinham como mentor o então Secretário de Governo da cidade, em 2020. Quanto aos ataques a líderes dos partidos PT e PR em Teresina, o investigado afirmou ter sido contratado por um marqueteiro do Ceará, que atuava para um partido adversário destes nas eleições da capital, também em 2020”, disse.

G1 tentou, mas não conseguiu contato com o então secretário de governo da cidade.

Segundo o delegado, a confissão do investigado foi confirmada por elementos de prova técnica colhidos no Inquérito Policial, com a quebra de sigilo bancário e de dados.

A investigação continua, para apurar a participação de demais pessoas nos crimes. Segundo o delegado Anchieta Nery.

‘Atentado à democracia’

“A quantidade de perfis e grupos em redes sociais manipulados pelos investigados com objetivo de manipular a opinião pública com objetivos eleitoreiros caracteriza verdadeiro ato atentatório à democracia", declarou.

Ele destacou que crimes deste tipo devem ser denunciados para que sejam investigados e os autores devidamente punidos.

"A Polícia Civil alerta à população em geral que crimes cometidos em meio virtual, como quaisquer crimes, são passíveis de responsabilização e a Instituição tem o conhecimento técnico e ferramentas necessárias para a realização da investigação policial", disse.

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