Usinas eólicas e solares são 130 no PI e irão investir R$ 15 bi até 2026Os 73 municípios

Usinas eólicas e solares são 130 no PI e irão investir R$ 15 bi até 2026Os 73 municípios onde foram instalados parques e usinas de energias solar e eólica, entre 2010 a 2016, tiveram aumento de 164% no PIB
 

Estudo feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontou que o Piauí é um dos maiores geradores de energias eólica e solar do Brasil e possui 130 usinas eólicas e solares em operação com 3.700 megawatts (MW) de potência instalada.

A Aneel informou que mais de 4 mil MW produzidos em 2022 com as 130 usinas de energias renováveis já implantadas e as que estão em construção representam um décimo do potencial do Piauí para a produção de energias eólica e solar.

O Piauí tem os dois parques de energia solar e energia eólica da América do Sul, a do Lagoa dos Ventos, e no município de São Gonçalo do Gurgueia, no Sul do estado, que irão se transformar quando forem concluídas na maior usina térmica do mundo.

O estudo mostra que no Piauí, os 73 municípios onde foram instalados  parques e usinas de energias solar e eólica, entre 2010 a 2016,  tiveram aumento de 164% no PIB  (Produto Interno Bruto) per capita (por pessoa) e ficaram acima da média nacional, enquanto os outros municípios do estado tiveram um crescimento de  79% no PIB per capita.

 Brasil cresce no segmento de energia solar

O Brasil é um dos países que mais cresce nesse segmento de energia solar. Segundo dados da Abpolar (Associação Brasileira de Energia Solar), o setor teve um crescimento de 70% em 2020, mesmo em meio ao cenário da pandemia de Covid-19. Dentro do ranking mundial de instalações fotovoltaicas em casas, fazendas e comércios, o Brasil teve um avanço considerável entre 2019 e 2020, passando, respectivamente, de 12º para 9º lugar dentro da lista.

Somente no ano passado, o setor trouxe um retorno de R$ 15,9 bilhões e mais de 99 mil empregos. Desde 2012, no início das instalações e incentivos para a energia solar no país, estima-se um total de R$ 56 bilhões em investimentos neste tipo de fonte.

Ainda de acordo com a Absolar, o setor fotovoltaico pode dar um alto retorno não apenas à população brasileira, mas para a economia de modo geral. Até 2050 é possível prever um retorno de R$ 139 bilhões de novos investimentos e um milhão de novos empregos. Para o bolso do consumidor isso pode significar uma economia de até R$ 150 bilhões, além de evitar 8,3 milhões de toneladas na produção de dióxido de carbono (CO²), um dos principais agentes de poluição.

Usinas eólicas e solares são 130 no PI e irão investir R$ 15 bi até 2026 - Imagem 2

Apesar de ainda ser um investimento alto, ao olhar o histórico de valores das fontes fotovoltaicas desde 2012 pode-se notar um avanço significativo para o consumo dos brasileiros. Há 8 anos, o preço médio do equipamento era de R$ 103. Em 2019, o preço chegou a R$ 22,33.  

O setor de energia eólica comemora de 19 GW de capacidade instalada de energia eólica, com 726 parques eólicos e mais de 8.500 aerogeradores. Essa infraestrutura gerou, no ano passado, 57 TWh de energia, o que, na média mensal, é suficiente para abastecer 28,8 milhões de residências por mês, o que significa uma população de cerca de 86,4 milhões de pessoas. Desde 2019, a energia eólica é a segunda fonte da matriz elétrica brasileira.

Em média, no ano passado, 9,97% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional veio de eólicas, sendo que elas já chegaram a abastecer 17% do País em momentos de recorde nos meses que fazem parte do período chamado de “safra dos ventos”. No ano passado, a indústria eólica investiu R$ 20,6 bilhões no Brasil, de acordo com a Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

Sétima posição no Ranking Mundial do GWEC

Em 2020, o Brasil manteve a sétima posição no Ranking Mundial do GWEC (Global Wind Energy Council) e, considerando capacidade nova instalada no ano passado, o Brasil foi o terceiro País que mais instalou energia eólica no mundo.

O eficiente desenvolvimento da indústria eólica no Brasil pode ser explicado pela ótima qualidade dos ventos brasileiros e também pelo forte investimento das empresas que, nos últimos 12 anos, construíram uma cadeia produtiva nacional para sustentar os compromissos assumidos e o enorme potencial de crescimento desta fonte de energia no Brasil. No que se refere à qualidade dos ventos, importante citar que o Brasil tem um fator de capacidade (dado que mede a produtividade dos ventos) acima da média mundial. No ano passado, por exemplo, o fator de capacidade no Brasil foi de 40,6%, sendo que chegamos a registrar mês de média com 59% durante a safra dos ventos. Para efeito de comparação, a média mundial é de cerca de 35%.

“No ano passado, a eólica foi a fonte que mais cresceu, sendo responsável por 43,17% da nova capacidade instalada total adicionada à matriz. Todos estes números positivos mostram não apenas um setor consolidado, mas demonstram que a energia eólica tem um futuro promissor no Brasil. A energia produzida pelos ventos é renovável; possui baixíssimo impacto ambiental; contribui para que o Brasil cumpra o Acordo do Clima; não emite CO2 em sua operação; tem um dos melhores custos benefícios na tarifa de energia; permite que os proprietários de terras onde estão os aerogeradores tenham outras atividades na mesma terra; gera renda por meio do pagamento de arrendamentos; promove a fixação do homem no campo com desenvolvimento sustentável; gera empregos que vão desde a fábrica até as regiões mais remotas onde estão os parques e incentivam o desenvolvimento regional”, resume Elbia Gannoum, Presidente Executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Até 2024, o Brasil terá pelo menos 30 GW de capacidade instalada de energia eólica. “Dizemos ‘pelo menos’, porque esse é o valor considerando apenas leilões já realizados e contratos firmados no mercado livre. Com novos leilões, este número será maior. Devido à pandemia, o ano de 2020 foi claramente cheio de desafios para todos nós, incluindo o setor de energia. O impacto mais imediato é que não tivemos leilões, porque a demanda por energia caiu e isso significa que não vendemos no mercado regulado este ano. Por outro lado, a boa notícia é que o mercado livre tem se tornado muito importante para o setor eólico, sendo que em 2018 e 2019 já havíamos vendido mais no ACL que no ACR. Nosso desempenho no ACL em 2020 foi muito bom e isso é um bom sinal para a cadeia produtiva, que seguiu fechando novos negócios e, portanto, segue otimista para o futuro. Embora não exista um banco de dados específicos para mercado livre, estimamos que foram fechados cerca de 3 GW de novos contratos no ACL em 2020, o que mantém a cadeia produtiva investindo, trabalhando e gerando empregos”, analisa Elbia Gannoum.

Em 2020, o mercado livre para energia eólica mostrou grandes avanços na forma de oferta de energia e da relação que se estabelece entre fornecedores e consumidores de energia. Tais avanços são grandes negócios de longo prazo, feitos como “alfaiataria”, a gosto do freguês e de suas necessidades. O que estamos vendo agora é que o gerador/comercializador está procurando direto os consumidores que têm possibilidade de serem livres, mas eles não chegam mais com opções prontas, apenas para serem adaptadas em relação ao consumo. O que eles fazem é criar um contrato que se encaixe no consumidor considerando características inovadoras, podendo incluir, por exemplo, parcerias para construção do parque eólico, possibilidade de se tornar proprietário em sociedade do parque, apenas desenvolvimento do projeto ou gestão e operação. “Sem dúvida, dada a regulação atual, o mercado livre tem ainda um grande potencial de crescimento e que pode ser ainda mais expressivo com os avanços da modernização da legislação. Isso é algo concreto que estamos comprovando dia após dia, especialmente neste difícil período de pandemia em que nossa criatividade tem sido posta à prova no comando de negócios, resultando em contratos inovadores, como os fechados recentemente com a Anglo American, Tivit, Vulcabrás Azaleia, Grupo Moura, Unipar Carbocloro, entre outros”, resume Elbia Gannoum.

Redução no impacto ambiental

A pandemia também teve o efeito de aquecer discussões sobre a importância de que a retomada da economia seja verde, com negócios que protejam o planeta e que também adotem critérios ESG, sigla traduzida do inglês que significa Governança Ambiental, Social e Corporativa e se refere aos três fatores da sustentabilidade e do impacto social de um negócio. Neste cenário, a eólica é uma solução perfeita, não apenas por seu reduzido impacto ambiental, mas também por seus efeitos multiplicadores.

Sobre este assunto, a ABEEólica publicou, no ano passado o estudo “Impactos Socioeconômicos e Ambientais da Geração de Energia Eólica no Brasil”, realizado pela consultoria GO Associados que quantificou os já conhecidos impactos positivos da energia eólica. O trabalho analisa, por exemplo, os efeitos multiplicadores dos investimentos realizados pelas empresas, assim como o impacto dos valores pagos para arrendamentos de terras para colocação de aerogeradores. O estudo também fez uma comparação entre um grupo de municípios que recebeu parques eólicos e outro que não tem energia eólica, para avaliar o impacto da chegada dos parques no Índice de Desenvolvimento Humano – IDHM e no PIB municipal. No que se refere ao IDHM e PIB Municipal, os municípios que têm parques eólicos tiveram uma performance 20,19% e 21,15% melhor, respectivamente, para estes dois indicadores.

“Este é um resultado que mostra que não há dúvidas: a energia eólica chega e seus efeitos positivos multiplicadores impactam nos indicadores do município. Este é um indicador importante e que nos mostra que estamos no caminho certo, dedicando nossos esforços para o crescimento de uma indústria que nos ajudará na luta pelo bem do planeta. Consigo vislumbrar a verdadeira potencialidade e oportunidade da transformação, que é o fato de o investimento nos recursos naturais, de forma responsável, gerar desenvolvimento econômico e social por meio da distribuição de renda, da inclusão e da diminuição das desigualdades econômicas e sociais. É preciso dar esse pulo de raciocínio e ação: não basta gerar energia renovável que não emita CO2, é preciso que essa energia impacte positivamente a vida das pessoas. Aí começamos a falar de uma real transformação energética, da forma como eu a compreendo.”, explica Elbia Gannoum.

Fonte: Meio Norte


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