Cerrado registra mais de 60% dos focos de queimadas no Piauí em 2024

O bioma Cerrado concentra 64% dos focos de queimadas no Piauí em 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/CPTEC). Até ontem (28), foram registrados 2.563 focos de incêndio em todo o estado.

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Gildeno Sousa, coordenador do Programa de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama, destacou que a recorrência dos incêndios no Cerrado pode comprometer a recuperação e as características naturais desse bioma.

"Embora o Cerrado seja naturalmente propício ao fogo, a repetição constante de incêndios torna o bioma cada vez mais suscetível, levando à perda de componentes essenciais e à degradação de sua formação natural. Nos últimos 38 anos, 68% dos incêndios florestais ocorreram em vegetação nativa no Brasil, sendo que o Cerrado responde por 44% dessas ocorrências. Estamos falando de 200 milhões de hectares queimados, o que evidencia a magnitude dos danos à biodiversidade desse bioma," pontuou Sousa.

Gildeno Sousa também informou que forças-tarefa já foram montadas para combater os incêndios de forma emergencial, e os órgãos responsáveis permanecem em alerta. "Há uma preocupação crescente, e os entes federativos estão em estado de alerta. As equipes técnicas dos institutos competentes já estão mobilizadas para o combate emergencial. O Ibama e o Prevfogo estão atentos e preparados para cumprir essa missão," completou o coordenador do Prevfogo.

Os dados do INPE apontam ainda que o estado registrou uma redução de 22% nos focos de queimadas em 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. No entanto, o coordenador do PrevFogo alerta para a crescente severidade dos incêndios.

"Estamos lidando com a intensidade e os impactos do fogo, não apenas com a quantidade de focos. Embora o número de incêndios tenha diminuído, eles se tornaram mais severos e contínuos. Essa persistência afeta gravemente a vegetação, resultando em perdas significativas. A frequência desses incêndios aumenta a vulnerabilidade do bioma e acarreta grandes prejuízos," destacou Gildeno Sousa.